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Parte 3: O Ápice do Abuso e o Momento de Descoberta

 Da Ilusão à Realidade: O Dia em que Percebi que Estava em uma Prisão Sem Grades



Por três longos anos, vivi nesse inferno. Ele não só controlava minhas ações, mas também minha mente. Ele me convenceu de que eu era a louca, a desequilibrada, a culpada por tudo. Chegou ao ponto de me levar a um psiquiatra, esperando que eu fosse diagnosticada com algum transtorno. Mas, ironicamente, foi ele quem recebeu o diagnóstico: bipolaridade.

Ele saiu do consultório furioso, acusando-me de ter dormido com o psiquiatra para manipular o diagnóstico. Era assim que ele funcionava: distorcendo a realidade, fazendo-me duvidar de mim mesma, criando narrativas onde ele era sempre a vítima. E eu, cada vez mais fragilizada, acreditava.

Nesse intervalo, perdi tudo. Meu emprego, minha família, meus amigos. Ele me convenceu de que meu trabalho era a razão do sofrimento dele, que minha família não me amava, que meus amigos só queriam me prejudicar. E eu, que já não sabia mais quem eu era, fui minando minha essência, perdendo meu brilho, minha identidade.

Até que um dia, ele me disse algo que ecoou como um tiro: 'Suas conversas são de Maria, só fala assuntos de casa.' Naquele momento, eu me vi refletida no espelho e não reconheci a pessoa que estava ali. Onde estava aquela mulher cheia de sonhos, de vida, de energia? Onde estava a minha voz?

Foi então que algo dentro de mim despertou. Uma faísca de revolta, de indignação. Eu não queria mais ser essa sombra, essa pessoa que ele tinha moldado. Eu queria voltar a ser eu. Mas, para isso, eu precisaria enfrentar o medo, a culpa, a dependência emocional que ele tinha criado. E eu sabia que não seria fácil.

 

 Mas sair foi só o primeiro passo. A verdadeira batalha estava em me reconectar com a pessoa que eu era antes de tudo isso. Na Parte 4, vou compartilhar como me reconstruí e encontrei forças para recomeçar. Não perca o desfecho dessa história!

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